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Os Alimentos para crianças




Bolinhos e achocolatados industrializados são ricos em gorduras, sódio e açúcar, além de muito pouco (ou quase nada) acrescentarem de nutrientes importantes

A perua escolar está buzinando na porta de sua casa. Para variar, as crianças acordaram atrasadas e você
precisa correr para preparar o café-da-manhã e a lancheira. Dá um achocolatado pronto para cada filho
tomar pelo caminho e coloca um bolinho de chocolate dentro das malas, junto com outro achocolatado,
para comerem na hora do recreio.

Com a enxurrada de produtos industrializados comuns na alimentação de muitos brasileirinhos, não espanta
a epidemia de obesidade que atinge o país desde os anos 80, trazendo consigo outras doenças crônicas.

Entre 1982 e 1993, o número de crianças acima do peso teve um aumento de 40% no município de Pelotas,
no Rio Grande do Sul. Atualmente, a estimativa é de que mais de 16% dos jovens estejam acima de seu peso ideal no Brasil. Nos Estados Unidos, esse número chega a 25% das crianças entre 6 e 17 anos.

Sem que os pais se dêem conta, um lanche escolar com achocolatado pronto e um bolinho corresponde a um terço da energia que os filhos (entre 4 e 6 anos) podem consumir diariamente. Se tiverem menos de 3
anos, essa quantidade de comida chega a quase metade de tudo o que precisam para brincar durante um
dia inteiro. E o pior: sem acrescentar nutrientes essenciais para manter sua saúde. É claro que se os pais tivessem mais tempo para preparar refeições e as crianças não fossem submetidas a tantos apelos consumistas, a alimentação poderia ser melhor. Mesmo assim, é possível ir em busca de informações e tornar a dieta dos pequenos mais equilibrada. Isso requer trabalho e paciência, já que os rótulos nutricionais nem sempre trazem dados claros e deixam o consumidor confuso sobre qual produto é melhor para a saúde do seu filho.

Informações confusas

O Idec analisou o rótulo de 18 bolinhos e 24 achocolatados prontos, entre os mais consumidos no país. A pesquisa foi feita em parceria com a nutricionista Renata Maria Padovani, do Núcleo de Estudos e Pesquisas
em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas (Nepa/Unicamp). Um dos dados mais chocantes é a
desinformação prestada pelos fabricantes nas embalagens dos produtos. Crianças com até 3 anos de idade têm necessidade diária de 1.050 kcal; entre 4 e 6 anos, de 1.450 kcal; e entre 7 e 10 anos, de 1.750 kcal. Como os produtos pesquisados são especialmente consumidos por crianças, deveriam trazer dados relativos ao consumo determinado para a sua idade. No entanto, grande parte apresenta a recomendação para adultos, que é de 2.000 kcal diárias.

Dentre os bolinhos analisados, apenas três têm rótulo para crianças: os Gulosos (sabores brigadeiro e baunilha com chocolate), da Bauducco, usam como referência uma dieta de 1.750 kcal, e o Toddynho brigadeiro, da Pepsico, utiliza o valor de 1.450 kcal diárias. Em relação aos achocolatados, a situação não é melhor: apenas os diferentes sabores de Toddynho se baseiam em dieta de 1.450 kcal; e o Kapo de chocolate, da Coca-Cola, e o Longuinho de chocolate, da Long, se baseiam em dieta de 1.750 kcal. Nas embalagens dos produtos da Vigor (Vig Nutri e Choco Leco), a informação nutricional é baseada em uma dieta de 2.000 kcal, porém a empresa enviou ao Idec novas embalagens, que devem chegar ao mercado nos próximos meses, em que considera 1.750 kcal como a ingestão diária recomendada.

Mas muitos produtos continuarão usando 2.000 kcal como referência, e isso confunde o consumidor. Ninguém é obrigado a decorar qual a recomendação diária de nutrientes apropriada para a idade de cada um de seus filhos. Só que é preciso ficar atento na hora da escolha, para não achar que as quantidades recomendadas aos adultos se equivalem às infantis. Há ainda casos em que a informação nutricional traz dados falsos e ainda mais confusos. Os achocolatados Nestlé são os que pior informam sobre a quantidade de nutrientes para crianças. O Nesquik (de todos os sabores) possui duas tabelas de valor nutricional e indica que a primeira é para crianças de 4 a 6 anos, e que a segunda é para as que estão na faixa dos 7 aos 10 anos. No entanto, usa valores de referência de 2.000 kcal para as duas, que são indicados para adultos.

A confusão não pára aí. Se fizermos as contas da quantidade indicada de carboidratos no rótulo (31 gramas
= 10% do valor diário), a porcentagem anunciada está errada, pois se aproxima mais do valor recomendado
para uma dieta adulta (300 gramas). Já no caso das proteínas, os valores de referência são os indicados para
crianças com idade entre 4 e 6 anos (1.450 kcal) e entre 7 e 10 anos (1.750 kcal), respectivamente. Tudo em
uma mesma tabela de informação nutricional. Como uma mãe pode calcular os nutrientes ingeridos por seu
filho se no rótulo, única fonte em que poderia se basear, há informações tão deficientes?

O caso do Danete chocolate, da Danone, é ainda pior, pois o achocolatado não declara a quantidade de
gordura trans do produto. Essa informação é obrigatória desde agosto de 2006, de acordo com a resolução
360/03 da Anvisa. Já no Chocky, da marca Nilza, o rótulo traz a informação de 15 gramas de gordura trans. O correto, porém, seria 1,5 grama (uma enormidade). A empresa afirmou que já está corrigindo a rotulagem.
A culpa de tanta confusão, no entanto, não é apenas das empresas. A Anvisa, que deveria organizar a
situação, não possui regulamentação que obrigue os fabricantes a utilizarem os valores recomendados para
crianças em seus rótulos. Ainda por cima, a tabela recomendada pela agência emprega valores diários de
sódio que foram determinados em 1989, bastante ultrapassados atualmente, segundo os nutricionistas
contatados pela Revista do Idec.

Portanto, o consumidor não pode se sentir seguro com as informações fornecidas nas embalagens por
nenhum dos lados. O melhor, sempre, é preferir produtos que apresentem dados mais abrangentes e claros.
Assim, o consumidor incentiva, de alguma forma, os fabricantes de outras marcas a respeitarem o direito
das pessoas à informação clara e precisa, como assegura o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor
(CDC).

Fonte: Kontrolle – Assessoria e Treinamentos em Segurança Alimentar ME
Email: kontrollebtu@yahoo.com.br

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